Com o Título “Os Bonecos Gigantes
de Olinda e Bom Conselho: Patrimônio Cultural e imaterial do nosso povo!”. O editorial
do BLOG JB NOTICIAS, norteia seus leitores sob a existência dos Bonecos
Gigantes em Pernambuco e suas origens. Entre 1905 e 1928, quando Belém se
consolidava como sede de município às margens do Velho Chico.
O Padre
belga Norberto Phalempin conduziu a vida religiosa e cultural do lugarejo, como
seu primeiro vigário, e também contribuiu para a forma como os belemitas
vivenciam o carnaval. De forma rotineira, o Padre expunha oralmente os costumes
do seu torrão natal - a Bélgica - para um grupo de freqüentadores da Casa
Paroquial. O Padre descrevia as festas religiosas européias em que se
utilizavam grandes figuras humanas bíblicas em procissões, a fim de atrair
fiéis para rituais litúrgicos. Atento
ouvinte, Gumercindo Pires de Carvalho (filho do Cel. Jerônimo Pires de Carvalho
e Hermelinda Pires de Carvalho-Dindinha) recontextualizava as gigantes
alegorias no seu imaginário juvenil, inserindo-as no único folguedo da cidade.
Um
dia, ele concebeu aquelas figuras gigantes para uma finalidade diferente
daquela exposta pelo Eclesiástico. Enquanto
o Padre Norberto proclamava os feitos religiosos de sua terra, Gumercindo
projetava o uso daquelas alegorias para ser o centro da animação do carnaval de
Belém, ou seja, a transferência de um elemento do sistema simbólico cristão
(católico) para o sistema de representação pagã. Folião apaixonado de primeira
hora, ele desejava estimular o espírito carnavalesco daquela pequenina cidade,
ainda sem qualquer meio de comunicação de massa. Quase sonhando, ele imaginava ter encontrado a
fórmula de arrebatar definitivamente o entusiasmo de seus conterrâneos para a
folia. Artista nato, o jovem Gumercindo procurou a sua tia Almerinda Benquerida
do Amor Divino-Nenzinha, que utilizava a técnica de papel machê na confecção de
santos e figuras para a Lapinha de Belém, popularmente conhecida como a Lapinha
de Nenzinha e, com ela, projetou a modelagem de um boneco gigante.
Com a massa de papel machê, Gumercindo moldou
uma imensa cabeça masculina, com bigode e barba pintados. Teve como auxiliares:
José Duarte Lima na modelagem, Luiz Borges (conhecido por Luiz de Tomásia) na
pintura, Deoclécio Lustosa de Carvalho Pires como financiador do projeto e
Nenzinha na confecção das mãos e das roupas. O corpo, com estrutura em madeira,
vestia um macacão estampado. Não como Deus, mas como um artesão que recebeu um
dom divino, ali estavam criador e criatura. O mito da criação se recriava.
Precisava dar-lhe nome. Lembrou do português José Pereira que, no Rio de
Janeiro, à época do império, iniciou o entrudo no carnaval brasileiro.
Em sua
homenagem, batizou o boneco de Zé Pereira e estreou no carnaval de 1919.
Produziu uma encenação para a chegada de Zé Pereira da Europa (chamada, como
gracejo, de Oropas), a título de convidado especial da sociedade belemita para
os dias de folia.
Chegando de barco pelo Rio São Francisco, a Filarmônica e o povo aguardavam seu desembarque no porto. Os componentes da Banda fantasiados de marinheiros e as crianças de palhaços. Daí em diante, Zé Pereira vem comandando o reinado do povo que, em Belém, não é de Momo, tornando-se tradição nos carnavais. Inicialmente aos sábados e, depois, nas sextas-feiras à noite, impreterivelmente e sem atrasos, a recepção a Zé Pereira é marco oficial da abertura do carnaval belemita. Em 2019 Zé Puluca e a sua trupe, viajarão para a Cidade de Belém do São Francisco, onde participarão das comemorações do Centenário dos Gigantes mais antigo do Brasil. Zé Pereira e Vitalina!
Chegando de barco pelo Rio São Francisco, a Filarmônica e o povo aguardavam seu desembarque no porto. Os componentes da Banda fantasiados de marinheiros e as crianças de palhaços. Daí em diante, Zé Pereira vem comandando o reinado do povo que, em Belém, não é de Momo, tornando-se tradição nos carnavais. Inicialmente aos sábados e, depois, nas sextas-feiras à noite, impreterivelmente e sem atrasos, a recepção a Zé Pereira é marco oficial da abertura do carnaval belemita. Em 2019 Zé Puluca e a sua trupe, viajarão para a Cidade de Belém do São Francisco, onde participarão das comemorações do Centenário dos Gigantes mais antigo do Brasil. Zé Pereira e Vitalina!