O Afoxé “Omô Nilê Ogunjá” que em português que dizer “filhos da casa de Ogunjá”, é o mais novo integrante do Livro comemorativo dos 10 Anos do Carnaval de Zé Puluca. Movimento cultural de bonecos gigantes que faz justas homenagem à memória artística do saudoso maestro Zé Puluca, da cidade de Bom Conselho. A confirmação da participação da obra “Zé Puluca De Todos Os Carnavais”, foi dada pelo Diretor-presidente, Mestre Dario Pereira, que em confessar ao telefone com Carlos Alberto agradeceu por poder contribuir levando todo o esplendor da Afoxé Omô Nilê Ogunjá, através da obra literária ilustrativa, que exaltará a rica cultura carnavalesca de Pernambuco, do litoral ao sertão.
Fundado em 04 de outubro de 2004, no Ile Axé Baba Olufã, na UR1, Ibura, em Recife. A criação e os quase dez anos de trajetória do grupo representam, portanto, afirmação de forças e espaços sagrados: o orixá ogun e o terreiro de candomblé. Mas é também afirmação do espaço comunitário, o Ibura, e das diversas questões que tocam o grupo: as barreiras entre periferia e centro, a discriminação e o preconceito racial. É assim que música, dança, canto e indumentárias do Afoxé são fortemente inspiradas por essas experiências e pelos encontros que vivenciar arte, política, fé, comunidade, cidade e palco podem gerar.
Os discos do grupo, Berço dos Ancestrais, de 2009, e Odara, de 2014, são as expressões criativas dessas experiências que tanto marcam o Omô Nilê Ogunjá. Guiados pela crença de que a partir da comunidade e do terreiro se consegue ganhar outros espaços da cidade e do mundo, o grupo, formado por 30 integrantes, vem desenvolvendo um trabalho que o coloca em diálogo com outros artistas nacionais e internacionais. Em 2011 foi batizado por um dos mais tradicionais Afoxés do país, os Filhos de Ghandy, e em abril de 2014 compõe a programação do New Orleans Jazz & Heritage Festival, na sua 45ª Edição, realizando três show. Tocando no mesmo palco de artistas como Eric Clapton, Santana e Christina Aguilera.
Omô Nilê Ogunjá, também desenvolve atividades de formação em espaços comunitários e escolares, e participações nos espaços de proposição de políticas públicas, levando para todos esses lugares a força da cultura de Matriz Africana. Além disso, o grupo vem desenvolvendo trabalho de registro da sua trajetória e ações, expressas nos documentários Ikomòjadé e SOU EU.
Nos shows do Omô Nilê Ogunjá, além da percussão, base da musicalidade do Afoxé, seis bailarinos compõem o espe-táculo interpretando, através da dança, letras que trazem sentidos de alegria e celebração, de contestação e indignação que traduzem o olhar do grupo sobre nosso contexto social. Para as apresentações são criados figurinos exclusivos fruto de apurada pesquisa sobre elementos da cultura, arte e estéticas africanas. O Afoxé Omô Nilê Ogunjá está aos cuidados do Babalorixá Adilson de Oxaguian.
“Na rica inigualável cultura carnavalesca de Pernambuco. Linguagem cultural é sinônimo de diversidade. Não há lugar algum nesse mundão de Deus, de nosso Senhor, que haja tantos valores culturais, em um só festejo. Pernambuco é singular, a reunir tantas tradições durante o seu carnaval. O Afoxé dos “Filhos da Casa de Ogunjá”, traduz com toda riqueza, nos mínimos detalhes, a rica cultura herdada dos ilustres filhos da Mãe África. Escravizados durante o período de colonização portuguesas aqui no Brasil. Hoje já se passaram mais de 520 anos de lutas, perseguições, mal tratos, explorações, descriminações e injustiça social. Uma mazela que mesmo em tempo de hoje, ainda é comungado por uma inexpressível minoria. Em nome do Carnaval de Zé Puluca, registro aqui nossos sinceros agradecimentos, a cada membro do Afoxé Omô Nilê Ogunjá, por fazer parte da nossa história cultural carnavalesca. Em tempo, parabenizo o ilustre Direto-presidente, Mestre Dario Pereira, pelo brilhante trabalho a frente de um trabalho digo de respeito e admiração por todo o povo pernambucano”. Pontuou Carlos Alberto. Presidente-idealizador do Carnaval de Zé Puluca.