Zé Puluca |
Músico, Maestro, Cronista,
Professor e Compositor. José Duarte Tenório, conhecido popularmente como Zé
Puluca, nasceu no município de Bom Conselho em 30 de julho de 1927.
Professor das línguas, portuguesa, inglesa, latim e francesa, lecionou nas
Escolas Frei Caetano de Messina, Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, São
Geraldo e Mestre Laurindo Seabra, foram mais de cinquenta anos ensinando.
Zé Puluca aos 5 anos |
Ainda jovem, José Duarte
Tenório começou demonstrando seus pendores para vida artística por ser apreciador
das belas coisas da vida do seu tempo; e em tudo o que o cercava. O chamavam de
“Puluca” alcunha que herdava do seu pai, onde perdurou por toda sua vida,
aprendeu a falar inglês sozinho com a cinematografia. Com o advento do cinema
falado passando a pronunciar os belos musicais da Broadway, fonte inspiradora
que o tornou amante da música.
Zé Puluca e filhos
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Devido a uma doença crônica
de “Asma”. Em consequência dela, na época de inverno por conta do frio intenso
em sua cidade natal, seu pai refugiava com o pequeno Puluca na casa dos
parentes na capital pernambucana. Nesse período passou a frequentar teatro,
assistindo belos consertos e recitais de famosas orquestras, conduzindo cada
vez a ter gosto pela música.
Zé Puluca e a Orquestra
Villa Lobos
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Aos nove anos se apresentou
no Cine Rex de sua cidade Bom Conselho, tocando lindas valsas e dobrados pátrio
com o seu piano de garrafas, igual ao que viu no circo em sua infância. Essa
foi sua primeira apresentação artística, surgindo daí sua vocação pela
música.
Posteriormente
frequentou a escola de música da sua cidade “Sociedade Cultural dos Artistas”
sobre os cuidados do Maestro Sargento Égenes. Como aprendiz começou a tocar
clarinete, mas o seu sonho era aprender saxofone. Entretanto só existiam dois
saxes na referida escola, e só um, seria para o melhor aprendiz, onde após ter
submetido a teste, e por ter tido melhor desempenho Puluca passou a ter aula de
saxofone.
Bem jovem começou a trabalhar nas Lojas Paulistas como caixeiro 1945. Puluca casou muito jovem, porque seu pai temia outro conflito mundial e não queria que seu filho fosse convocado.
Aos dezessete anos
conheceu o Maestro Pernambucano Nelson Ferreira em uma prestigiosa visita a Bom
Conselho, Puluca acompanhado pela sua esposa se dirigiu até casarão do seu tio
Senhorzinho, pois só lá, tinha piano, Nelson Ferreira queria tocar seus frevos
e assim aconteceu... aproveitando esse momento impa, Puluca apresentou suas
habilidades com alguns instrumentos que aprendeu a tocar, acompanhando alguns
frevos do eterno Maestro que ficou encantado, convidando-lhe a ir ao Recife. Só
que ele não foi...
Casado com dois filhos ficou
desempregado ... As Lojas Paulistas fecharam ... posteriormente chegou em Bom
Conselho o grande Circo Nerino (28/12/50 a 23/01/51).
Entre 1913 a 1964, circulou
por todo o Brasil, cativando plateias, deixando saudades e marcando a memória
de muitos garotos brasileiros, entre tantos, lá estava o nosso jovem músico
Puluca, por estar desempregado passou a trabalhar como Regente da Orquestra do
circo, a convite do Nerino.
Na ocasião Puluca seguiu em turnê por dois anos em vida circense, onde possibilitou conhecer alguns artistas, que ainda não eram famosos; Manoel da Nóbrega, Palhaço Picollino, Ângela Maria, Grande Otello, entre outros. Em 1953 finalmente para alegria da sua família, regressou do circo.
Já em terra de Papa-Caça assumiu como Maestro a nova Banda de Música com o nome Villa Lobos, onde na sua gestão preparou vários profissionais.
Na década de
setenta, o Maestro José Duarte passou a gerenciar na Cidade de Batalha-AL em
uma das filiais da fabrica de queijo da Fazenda Santa Maria, devido o seu
afastamento da Villas Lobo, assumiu em seu lugar o Sr. Boanerges Gico como
Gestor da Orquestra.
Já mais maduro pela diversidade da sua vida, compôs e escreveu poemas, crônicas, e uma variedade de melodias com lindas valsas para formandos.
Com o seu regresso da cidade
de Batalha-AL, assumiu novamente a Banda de Musica Villa Lobos, como artista
deixou por onde passou um legado de fãs em muitos lugares que tocou. 1957
compôs uma linda marchinha de carnaval “Rainha Ideal” para homenagear Miriam
Vieira Belo, que naquele ano foi um das candidatas da Rainha do Carnaval.
Em bom estilo Perez Prado,
seus músicos, usavam calcas brancas ou pretas com paletós brancos e gravatas
borboletas, sendo sua orquestra reconhecida como uma das mais apresentáveis da
região. A juventude bonconselhense, aprendeu a dançar, a gingar, a rodopiar
pelos salões do Clube dos 30 ao som da Orquestra Villa-Lobos. Em sua existência
Puluca é autor, de mais 200 composições; frevos, marchas, fox-trot, samba, boleros, melodias juninas, canções
religiosas entre outros.
O Hino – Saudação a Bom
Conselho, foi uma homenagem a turma do Colégio São Geraldo em 1956, Hino esse
reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Bom Conselho, Lei 1.484/2010
(autoria do então vereador Carlos Alberto Pereira de Oliveira), suas
composições foram todas reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial de Bom
Conselho, Lei 1483/2010, (também autoria então do vereador Carlos Alberto
Pereira de Oliveira), é autor músico do Hino Oficial do Município de
Iati-PE (1981).
Maestro Puluca era conhecido
por grande maioria da população da cidade de Bom Conselho e região, por sua
irreverência e alegria de viver, animou os melhores carnavais, matinês e
bailes para a sociedade de modo geral, um genuíno carnavalesco, sua residência
era muito visitada, pois em vida o mesmo era bastante requisitado pra tudo;
serenatas, trupes que vinham de fora, festas de santos, bordas e aniversários,
formaturas ... Mesmo sendo muito sonhador, os últimos anos de sua vida foram
atribulados, quando mais precisava de paz e conforto.
Com
tudo sua vida foi um grande exemplo ... sempre devotado ao civismo e a Deus,
ele foi um “Paradoxo” daqueles tempos onde jamais existirá em Bom Conselho e
região um Zé Puluca retratava a historia de sua terra. Faleceu em 04 de
setembro de 2002, aos 75 anos, deixando saudades e grande lacuna na vida da
esposa Sra. Antônia de Freitas, de seus filhos Sandoval, Sandoildo, Sérgio,
Samuel, Silvânia e Sônia, irmãos e amigos.
“Toca
Puluca, Toca José, o Povo Te Ama, o Povo Te Quer”.
SALVE SALVE ZÉ PULUCA !!!
ResponderExcluirSua Obra e sua história de vida muito contribuiu no fortalecimento da Cultura Pernambucana.