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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

AMABC vai a ALEPE em Defesa da Arte dos 8 Baixos ...



Com o Titulo “Considera a Arte dos Oito Baixos como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco”, Associação dos Músicos Amadores de Bom Conselho - AMABC protocola na Assembleia Legislativa de Pernambuco, através do Gabinete do Deputado Eduardo Porto, Anteprojeto de Lei em prol da Arte do Pé de Bode, Arte essa, que ficou famosa, nas mãos de Januario, pai do nosso saudoso Gonzagão.




Em tempo a AMABC, requereu a Eduardo Porto, que o digníssimo parlamentar, pleiteasse ao Governador Eduardo Campos, que a exemplo da Universidade Estadual da Paraíba de Campina Grande (UEPB), seja implantando na Universidade de Pernambuco (UPE), escolas de sanfona de oito baixos, nas principais Cidades-Polos de Pernambuco, viabilizando uma contribuição imensurável a valorização da Arte que consagrou Luiz Gonzaga, Sivuca e Dominguinhos como Músicos da Arte Popular Brasileira.

Na ocasião a Direção da AMABC, convidou o Sanfoneiro bomconselhense Mané Caju dos 8 Baixos a visitar Assembleia Legislativa de Pernambuco, Palácio Joaquim Nabuco, Casa do Povo Pernambucano,  que a partir de 09 de Agosto de 1948, a sede da Alepe recebeu o referido nome, graças a Indicação do então Deputado Tabosa de Almeida, que após a propositura ser submetida apreciação do Plenário foi aprovada por esmagadora maioria,  tendo como argumento o fato de Joaquim Aurélio Barreto  Nabuco de Araújo ter sido um abolicionista destemido e incansável, de carreira política, diplomática e estadista brilhante.

Já nas dependências do Poder Legislativo de Pernambuco, nosso artista (Mané Caju) de origem popular, tocou seu fole de 8 Baixos no Gabinete do Deputado Eduardo Porto, que ao som de Dominguinhos e Luiz Gonzaga animou a todos que lá estavam. 

Eduardo Porto, mais uma vez fez questão de atender o pleito da AMABC, pois além de ser um defensor do nativismo pernambucano, é incentivador da cultura do município de Bom Conselho.

"Estamos felizes pelo momento, que possibilita em ver nossa humilde entidade, apresentar ideias em prol da cultura pernambucana, e que bom que tais ações coloca Bom Conselho dentro de um cenário de destaque, a nível de Estado" Declara Carlos Alberto, presidente da AMABC.


ANTEPROJETO DE LEI



                                       Ementa:
Considera a Arte dos Oito Baixos como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco.
  

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO


Art. 1º A Arte dos Oito Baixos passa a ser considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco. 

Art. 2º A presente lei entra em vigor na data de sua publicação. 


Justificativa
Foram as imigrações alemã e italiana as responsáveis pela chegada da sanfona ao Brasil, especialmente para os Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Presença forte na porção meridional e no interior do Brasil, o instrumento era comumente utilizado como forma de representação das tradições daquelas comunidades, através da execução de ritmos diversos, como o fado, a valsa, a polca. Nas diferentes regiões por onde passou, o acordeom foi ganhando características pessoais do local, assim como diferentes denominações: sanfona, no Nordeste; gaita, gaita de foles, realejo, no Sul. Muito difundido no País na década de 50, agradava a todos os gostos devido à sua versatilidade, desembarcou em solo pernambucano pelo Rio São Francisco, por voluntários da pátria remanescentes da guerra do Paraguai, os primeiros eram da marca Koch (alemã). Pesquisadores afirmam que os primeiros instrumentistas de oito baixos de Pernambuco surgiram na antiga região próxima a Floresta dos Navios, hoje simplesmente Floresta. É de lá o primeiro sanfoneiro dos oito baixos conhecido no Nordeste: Januário José dos Santos, pai de Luiz Gonzaga. Da região de Floresta ele imigrou para o sertão do Araripe, em Pernambuco (divisa com Ceará), mas lá chegou com seu instrumento. Salgueiro ficou conhecida como uma das primeiras cidades onde esse tipo de sanfona poderia ser adquirida no comércio. Surgiram alguns sanfoneiros também na região do Pajeú de onde é a sanfoninha. É nesse contexto que surge a figura de Luiz Gonzaga, o grande responsável por popularizar o instrumento e difundir a denominação de sanfona, através do grande sucesso de sua carreira musical. No entanto, já nos anos 60, com a invasão do Rock e o surgimento da Bossa Nova, a sanfona perde espaço e as fábricas brasileiras - Todeschini, Hering, Minuano e outras - fecham as portas. Hoje, nos primeiros anos do novo século, é possível perceber, contudo, que "a sanfona ainda não desafinou" e continua forte, reconquistando seu espaço no imaginário popular e nas produções musicais Brasil a fora. É no Agreste pernambucano, na cidade de Caruaru, comandada por Heleno dos Oito Baixos que se encontra a primeira Escola de Oito Baixos no Brasil, e no município de Santa Cruz do Capibaribe que encontramos a primeira Orquestra Sanfônica do Brasil, e no Sertão pernambucano, situado no município de Exu, sobre o comando de Luizinho Calixto, que a oficina passa a tradição do oito baixos, ensinado, crianças, jovens e adultos a tocar o instrumento que ficou famoso nas mãos de Januário, pai do nosso saudoso Gonzagão. No Recife, Arlindo dos Oito Baixos deu suas aulas até quando sua saúde o permitiu, junto do seu irmão, Aécio dos oito baixos. A sanfona de oito baixos, também conhecida como pé-de-bode, fole de 8 baixos, fole, harmônica ou simplesmente oito baixos, faz parte da memória musical e afetiva do Nordeste, verdadeiro patrimônio cultural sertanejo. Foi muito popular no meio rural nordestino e presente em todos os momentos de festividade e diversão das comunidades dos pés-de-serra, responsável pela iniciação dos grandes ícones da sanfona nordestina: Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Sivuca e outros. Considerado pelos sanfoneiros um dos instrumentos de mais difícil execução, pelo jogo de fole obrigatório, a tradição do fole de oito baixos é uma arte que atualmente é dominada por poucos. Esse instrumento recebe, no Nordeste, uma afinação diferente, única no mundo, só utilizada pelos sanfoneiros de oito baixos dessa região do Brasil, que confere ao instrumento maiores recursos, ampliando as possibilidades de execução musical. No fim de 2012, o músico Arlindo dos Oito Baixos recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, um justo reconhecimento por sua contribuição à cultura e à música. Considerar a Arte dos oito baixos como Patrimônio Cultural Imaterial, é homenagear músicos como: Januário, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Basto Peroba, Mestre Heleno dos Oito Baixos, Oswaldinho do Acordeom, Orquestra Sanfonica de Santa Cruz do Capibaribe, Arlindo dos Oito Baixos, Mané Caju dos Oito Baixos, Luizinho Calixto, Abdias dos Oito Baixos, Zé Moreno dos Oito Baixos, Aécio dos Oito Baixos, tantos outros.


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