Ô
ô ô saudade / Saudade tão
grande / Saudade que eu sinto / Do Clube das Pás, do Vassouras /
Passistas traçando tesouras / Nas ruas repletas de lá / Batidas de
bombos / São maracatus retardados /
Chegando à cidade, cansados / Com seus estandartes no ar / Que adianta
se o
Recife está longe / E a saudade é tão grande / Que eu até me embaraço /
Parece
que eu vejo / Walfrido Cebola no passo / Haroldo Fatias, Colaço / Recife
está perto de mim.
Hoje revisitando o meu
passado, lembrei-me do Recife. Minha cidade mãe, terra onde eu nasci e me
criei, e fui alfabetizado. Onde cheguei a cursar Direito pela UFPE. Mais foi na
minha infância, no Museu do Açúcar, hoje Museu do Homem do Nordeste, que recebi
o meu primeiro titulo. Doutor do ABC.
Confesso que por ter tido o
privilegio de nascer no Recife, aonde vivenciei toda minha infância e juventude
na Veneza brasileira. Trago no meu intimo, as doces lembranças das vibrantes
cores dos estandartes culturais de um Recife simplesmente inesquecível. Aí me perguntam
de onde veio essa paixão pela cultura? Respondo. Surgiu da oportunidade de ter presenciado
o nascimento da agremiação Galo da Madrugada criado por Enéas Freire em 1978, em sua sede na rua Padre Floriano
nº 43, no bairro de São José. Ainda na minha infância aprendi a cantar as melodias
de Nelson Ferreira e Capiba com seus frevos rasgados. Participei dos mais empolgantes Bailes Municipais
do Recife, época de ouro no Clube Português, hoje realizado no Chevrolet
Hall. Vivenciei com meus amigos os Bailes; Vermelho e Branco (Clube Náutico) e
Vermelho e Preto (Sport Clube), ao som do cantor Claudionor Germano. Aplaudi os
desfiles dos Bailes de Fantasias (Clube Internacional). Acompanhei por inúmeras
vezes o despertar do Homem da Meia Noite. Brinquei como criança nas Ladeiras de
Olinda. Testemunhei o nascimento do Bloco Bicho Maluco Beleza (1992), e do Menino da Tarde (1974), aprendi a cantar os
Frevos de Alceu Valença. Ouvindo a Banda Pinguim na talentosa voz de Almir Rouche. Conheci o Carnaval de Itamaracá em seus dias de pleno
verão. Brinquei por vários anos o
Carnaval do Ceroula e Abutres de Olinda. Assisti os mais disputados desfiles entre
Elefante e Pintombeira Dos Quatro Cantos. Participei dos festejos das Virgens de Olinda. Vi o acordar
do Carnaval Recife Antigo. Participei de todas as edições das previas Carnavalescas
na Avenida Boa Viagem. Dancei os meus mais cansados passos na quarta-feira de
cinzas no Bacalhau do Batata. Oh quarta-feira ingrata. Acompanhei o Bloco
Azulão no rabo do Galo.
Foram dessas oportunidades,
que surgiu a minha pernambucanidade cultural carnavalesca. Pontuou Carlos Alberto, presidente da AMABC.
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