Houve
uma época que festejo junino era uma festa familiar, onde cada membro se vestia
dentro da sua simplicidade, sem perder a nobreza do afeto da rica cultura
popular junina. Ruas eram enfeitadas por todos, onde a cada detalhe era
preparado com bastante esmero. No ar pairava aromas típicos da época. Onde
palhoções abrigavam a todos em noites de chuva. Quadrilhas ensaiadas, fogueiras
feitas, com bastante comida típica, davam o tom da festa, que unia mais a
família em comunidade.
Se
olharmos com atenção, veremos que o atual festejo de São João perdeu a sua
originalidade. As canções não são mais as mesmas. O forró foi “estilizado” com
cachês nas alturas. Calaram os poetas e abriram o baú da depravação ou
pornofonia, como queiram. Se esse “pseudoforró” que se toca nas festas
faz sentido..; belisquem-me: acho que estou num pesadelo e preciso acordar.
Os
festejos juninos nas cidades estão minguando. Apenas se transformaram em átrio
de mega produções com a roupagem de “juninos” – roupagem essa, sem conteúdo.
Com os palhoções abolidos. Muito me espanta a cidade que tem uma das festas
mais tradicionais da região. Tenha se rendido a um modelo que de junino já não
tem mais nada. Falo de Bom Conselho.
Que
saudade do São João das comadres, dos bacamartes, dos vulcões e fogos de vista.
Lembranças das famílias à porta acendendo a fogueira, milho assando ao som do
antigo pé-de-serra. Cadê os enfeites das ruas? Por onde andam os místicos
adivinhos? que profetavam possíveis matrimônios. Por onde anda o improviso da
arte cênica junina, que contavam histórias hilariantes dos casamentos oriundos
da dramatologia nordestina, com seus personagens folclóricos, onde a cada ato,
arrancavam risos até dos mais tímidos.
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