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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Ai quem me dera voltar


Houve uma época que festejo junino era uma festa familiar, onde cada membro se vestia dentro da sua simplicidade, sem perder a nobreza do afeto da rica cultura popular junina. Ruas eram enfeitadas por todos, onde a cada detalhe era preparado com bastante esmero. No ar pairava aromas típicos da época. Onde palhoções abrigavam a todos em noites de chuva. Quadrilhas ensaiadas, fogueiras feitas, com bastante comida típica, davam o tom da festa, que unia mais a família em comunidade.

Se olharmos com atenção, veremos que o atual festejo de São João perdeu a sua originalidade. As canções não são mais as mesmas. O forró foi “estilizado” com cachês nas alturas. Calaram os poetas e abriram o baú da depravação ou pornofonia, como queiram.  Se esse “pseudoforró” que se toca nas festas faz sentido..; belisquem-me: acho que estou num pesadelo e preciso acordar.

Os festejos juninos nas cidades estão minguando. Apenas se transformaram em átrio de mega produções com a roupagem de “juninos” – roupagem essa, sem conteúdo. Com os palhoções abolidos. Muito me espanta a cidade que tem uma das festas mais tradicionais da região. Tenha se rendido a um modelo que de junino já não tem mais nada. Falo de Bom Conselho.

Que saudade do São João das comadres, dos bacamartes, dos vulcões e fogos de vista. Lembranças das famílias à porta acendendo a fogueira, milho assando ao som do antigo pé-de-serra. Cadê os enfeites das ruas? Por onde andam os místicos adivinhos? que profetavam possíveis matrimônios. Por onde anda o improviso da arte cênica junina, que contavam histórias hilariantes dos casamentos oriundos da dramatologia nordestina, com seus personagens folclóricos, onde a cada ato, arrancavam risos até dos mais tímidos.

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