"Ariano
Suassuna em quadrinhos", de Bruno Gaudêncio narra trajetória do dramaturgo
da infância ao sucesso com obras como Auto da Compadecida
Em
uma noite de verão, cerca de 2 milhões de telespectadores sintonizavam a TV
Globo para assistir à estreia da 14ª edição do Big brother Brasil. Um
deles, a mais de 1.800 quilômetros de onde estavam confinados os participantes
do reality show, acompanhava o programa com desinteresse, pois aguardava a
próxima atração da emissora, uma adaptação do romance A emparedada da Rua
Nova, de Carneiro Vilela. Ele, também autor consagrado, surpreendeu-se ao
ser citado em rede nacional. Após questionamento do apresentador Pedro Bial
sobre qual era o maior escritor de Pernambuco, a recifense Bella Maia não
titubeou ao apontar Ariano Suassuna (natural de João Pessoa). Choveram
críticas.
Na tarde seguinte, o criador
de Auto da Compadecida abriu as portas de casa para a repórter do Viver
Fernanda Guerra para "fazer a defesa" da garota. "Nasci na
Paraíba, mas pertenço à história cultural de Pernambuco também. Estreei na
literatura aqui". Talvez Ariano não tenha atentado para isso, mas aquele
episódio, no começo do ano passado, fez muito paraibano torcer o nariz. Para
amenizar a aversão ao comentário recorrente de que o escritor era “mais
pernambucano do que paraibano”, o jornalista e historiador Bruno Gaudêncio
lança a HQ Ariano Suassuna em quadrinhos (Patmus, R$ 30), com
ilustrações de Megaron Xavier. A obra será lançada no dia 8 de agosto, em João
Pessoa, e no dia 31 de agosto em Olinda, durante a Feira Nordestina do Livro.
No dia 29, será lembrado um ano da morte do pai do movimento armorial.
"Ariano é conhecido no Brasil inteiro e alguns paraibanos ainda insistem nesse provincianismo. Mas é uma coisa de poucos. Discordo completamente. Culturalmente, o país como um todo deve muito a ele, por isso a homenagem", diz. Com linguagem lúdica, os quadrinhos narram a vida de Ariano de forma cronológica, a partir dos primeiros anos, ainda na Paraíba. "Comecei abordando a infância complicada, difícil, trágica, com a morte do pai, a perseguição politica que a família dele sofreu. Depois, vem o contato com a cidade de Taperoá, onde foi formatada toda a constituição artística de Ariano, o contato com a cultura popular, o teatro de fantoches, a cantoria de viola, a literatura de cordel".
"Ariano é conhecido no Brasil inteiro e alguns paraibanos ainda insistem nesse provincianismo. Mas é uma coisa de poucos. Discordo completamente. Culturalmente, o país como um todo deve muito a ele, por isso a homenagem", diz. Com linguagem lúdica, os quadrinhos narram a vida de Ariano de forma cronológica, a partir dos primeiros anos, ainda na Paraíba. "Comecei abordando a infância complicada, difícil, trágica, com a morte do pai, a perseguição politica que a família dele sofreu. Depois, vem o contato com a cidade de Taperoá, onde foi formatada toda a constituição artística de Ariano, o contato com a cultura popular, o teatro de fantoches, a cantoria de viola, a literatura de cordel".
Depois da
ida para o Recife, a HQ narra os estudos no Ginásio Pernambucano, a integração
ao movimento teatral do Recife e o encontro com a companheira Zélia. A parte
final faz incursão pelas principais obras de Ariano, como A pedra do reino e
Auto da Compadecida, além da projeção que o conjunto da obra teve da década de
1950 para cá. Também sublinha a atuação na política cultural, como secretário
de município e governo, e a atuação como professor universitári
Serviço
Lançamento de Ariano Suassuna em quadrinhos (Padmus, R$ 30)
Quando: 31 de agosto Onde:Fenelivro, no Centro de Convenções de Pernambuco
Vem por aí
OBRA INÉDITA
Ainda sem previsão de lançamento, o livro inédito
deixado por Ariano Suassuna, O jumento sedutor, é considerado “a síntese
de toda a obra”. Segundo o pesquisador Carlos Newton Júnior, não se trata de um
livro simples, assim como Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. “Só
mergulha nesse universo o leitor mais maduro. Este é um livro para leitores de
Ariano”. O escritor preparava a obra desde 1981.
AUTO DA
COMPADECIDA
Prestes a
completar 87 anos, em junho do ano passado, Ariano autorizou o ilustrador
pernambucano Jô Oliveira a adaptar para as HQs a peça Auto da Compadecida.
Apesar da sinalização positiva, o projeto estacionou após a morte do escritor.
Segundo Oliveira, é necessária uma resposta da família. "Estão perdendo
este grande momento para divulgar a obra de Ariano junto às crianças. É uma
oportunidade incrível", comenta o artista.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2015/07/20/internas_viver,587562/um-ano-sem-ariano-vida-e-obra-do-escritor-viram-historia-em-quadrinhos.shtml#.Va1B1txGGXM.facebook
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