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quarta-feira, 31 de julho de 2013

A Tradição Centenária da Banda de Pífano de Angico de Cima ...



Banda de Pífano Antonio Francelino



Com o tema “AMABC em Prol da Cultura Quilombola de Bom Conselho”, fizemos um breve comentário sobre a cultura Quilombola de Papa Caça, quando na ocasião o Presidente da Associação dos Músicos Amadores de Bom Conselho - AMABC, teceu o seguinte comentário “Não disponhamos de recursos financeiros e nem apoio dos poderes públicos, mais temos algo bem valioso, a vontade de ajudar, através do nosso olhar vamos dar um tom cultural nas Comunidades Quilombolas de Bom Conselho, até porque já iniciamos nossas primeiras ações”. Sentenciou  Carlos Alberto.



Antonio Francelino


Por iniciativa do então vereador Carlos Alberto (2009/20012), foi apresentado em 17 de novembro de 2010 o seguinte Projeto de Lei Nº 038/2010 – “Fica Considerado como Patrimônio Cultural de Bom Conselho a Arte Sacra de Antonio Francelino de Lima” só aprovado em 30 de maio de 2012 e Sancionado em 14 de junho de 2012, passando a ser Lei sob o Nº 1.546/2012.
 

Anisval Francelino e Edjaime Francelino


Em visita a Comunidade de Angico de Cima, a AMABC através da sua Diretoria, foi ao encontro dos integrantes da Banda de Pífano Angico de Cima, onde realizou registros dos Músicos Populares Quilombolas fotografando e filmando. Na ocasião, foi realizada uma pequena reunião, com a classe de músicos de Angico de Cima, onde foram repassado informações de grande relevância, que passaram a integrar o Inventário do 1º Censo Cultural de Bom Conselho, realizado pela AMABC.




José Francelino (Deda) e Antonio Francelino


Na ocasião, AMABC questionou aos integrantes da Banda de Pífano sua denominação, onde foi revelado que apenas se chamava Banda de Pífano, naquele momento a Direção da Associação dos Músicos apresentou sugestão, onde foi acolhida por unanimidade pelos seus integrantes, passando assim a se chamar Banda de Pífano Antonio Francelino, uma justa homenagem ao ex-integrante da Banda de Pífano ao Artista bomconselhense da Arte Sacra, Antonio Batista de Lima, popularmente conhecido como Antonio Francelino ou Antonio Marginário.
  

Jailson Francelino e Antonio Francelino (Tota)


Em seguida foi realizado cadastro dos citados músicos, que passaram a serem membros da Associação dos Músicos Amadores de Bom Conselho – AMABC, em tempo Carlos Alberto convidou, a referida Banda de Pífano, para participar do Cortejo de Boas Vindas ao Romançario Ariano Suassuna, que se apresentará em 06 de novembro desse corrente ano em terra de Papa Caça.





terça-feira, 30 de julho de 2013

Bandas de Pífano ...

Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco


É um conjunto instrumental de percussão e sopro, dos mais antigos, característicos e importantes da música folclórica brasileira. Historicamente o pífano remonta à época dos primeiros cristãos, que tinham no pífano, pifes ou pífora, uma maneira de saudar a Virgem Maria nas festas natalinas. Na feição nordestina a banda de pífanos é uma criação do mestiço brasileiro, que com sua criatividade e intuição musical adaptou o instrumental, dando-lhe a forma típica pela qual é conhecida no folclore brasileiro.

Por toda a região Nordeste do Brasil e nos estados de Minas Gerais e Goiás são usados várias termos para denominar o conjunto: Banda de Pífanos, Banda de Pife, Música de Pife, Zabumba, Cabaçal, Esquenta-Mulher, Banda de Negro, Terno, Banda de Couro (Goiás), Musga do Mato, Pipiruí ( Minas Gerais).

Assim como a sua denominação varia, a sua composição também tem sensíveis diferenças, mas seus instrumentos básicos são dois pífanos, um surdo, um tarol e um bombo ou zabumba.

Em Pernambuco, é composta por dois pífanos, uma caixa, um bombo, um surdo e um tambor.

Em Alagoas, além dos instrumentos básicos acrescenta-se um par de pratos e em certos grupos um triângulo e até um maracá para maior sonoridade.

No Ceará, também acrescentam-se prato e triângulo e em Sergipe o triângulo e o ganzá.

Em Goiás, a Banda de Couro, como é chamada, é composta por bombo, caixa ou tarol e viola.

O pífano é o comandante da banda. É um instrumento semelhante à flauta, feito de taquara, uma madeira muito comum nas matas do sul de Pernambuco. É encontrado em três tamanhos: 65cm a 70cm, chamado Régua Inteiro, 50cm, oTrês Quartos e o de 40cm, Régua Pequena. O som do pífano muda de acordo com o tamanho. Cada pífano tem sete orifícios, sendo seis para os dedos e um para os lábios (sopro). O segredo, tanto da confecção quanto da execução do pífano, é passado de pai para filho.

Os componentes das bandas são, na sua maioria, trabalhadores rurais que se ocupam da agricultura de subsistência, trabalhando no "alugado", ou cultivando sua pequena roça. Reúnem-se antes de cada apresentação e repassam o repertório. Não têm formação musical e tudo o que tocam é de ouvido. Entre as músicas mais executadas estão Asa Branca, Valsa, Mulher Rendeira, A Briga do Cachorro com a Onça, Sabiá, Guriatã de Coqueiro, A Ema Gemeu no Pé do Juremá, entre outras. Há várias bandas de pífanos pelo Nordeste, mas uma das mais conhecidas é a de Caruaru, fundada pelos irmãos Biano, Sebastião e Benedito, em 1924, que já tocou até para Lampião em Tacaratu, quando o cangaceiro foi pagar uma promessa.